terça-feira, 21 de abril de 2009

Versos de um cara

Com quase dezenove anos eu pulo, grito e danço. Eu pinto quadros, festejo e balanço. Com quase dezenove anos eu faço birra, sonho e não me canso. Eu jogo peteca, descabelo bonecas, eu me atraso. Com o mesmo ritmo eu perco a fala, abraço velhinhas na rua, eu não amo a prazo. Aos dezenove anos eu quero ter tudo novo, fazer tudo de novo, só pensando no prazer. Eu não quero esquecer, que algum dia eu vou crescer e não irei deixar pra trás, alguém que eu nunca deixei de ser.

terça-feira, 7 de abril de 2009

A ausência de algo

É estranho quando paramos para observar tudo minuciosamente. Como quando nos perdemos em um olhar. Como quando nos dá um branco e não fizemos mais questão de lembrar. Perco-me em uma jornada sem fim, quem dera sem rimas, sem filosofia, quem dera sem precisar vomitar nos outros minhas angústias. Gostaria que houvesse na derrota um lado bom. Vou alisar minha pele e inventar motivos para deixar minha barba crescer. Quero eu poder domar a fera que há dentro do destino. O sangue que corre em meu corpo está azul, não está limpo, está impuro. Lógico! Como quando estamos bem, não estamos mal. Diferente de quando estamos juntos, podendo estar separados por pensamentos. A poeira que sobe ao sentir um vento vindo por cima dela, arrastando suas costas e as fazendo mudar de caminho. Enfatizo minha presença com um olhar, que difere dos outros em apenas um segundo. Com minha auto-flagelação que a pouco não existia, retorcendo cada órgão do meu corpo em um sonho, me faz aproveitar cada pulo que dou para pisar apenas nos riscos brancos da faixa de pedestre. Ou nos pretos, na hora eu vejo. Vou comprar canecas coloridas para beber o mesmo café com leite, que não importa o que eu faça ele não muda de cor. Vou comprar uma nova cama, para todos os dias dormir e ter sonhos diferentes, porque não importa o que eu faça, a posição que eu durma, a cama será sempre a mesma. Aperto o botão e desligo minha mente.